SÍFILIS CONGÊNITA: PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DO SUDESTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v9i13.678Palavras-chave:
Pré-natal, Saúde Pública, Sífilis, Sífilis Congênita, Estudo ecológicoResumo
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita, doença notificável com estágios clínicos distintos, representa riscos graves para os bebês. A transmissão vertical, especialmente durante os estágios primário e secundário, pode resultar em diversas manifestações clínica e as complicações, se não tratadas, incluem surdez, cegueira e morte fetal. Apesar do papel do rastreamento pré-natal no diagnóstico precoce e tratamento simultâneo de gestantes e parceiros, obstáculos persistem, impactando nos esforços de prevenção primária. OBJETIVO: Analisar a associação entre o cuidado pré-natal inadequado e o tratamento dos parceiros das mulheres grávidas com o aumento dos casos de sífilis. MÉTODOS: Este é um estudo transversal que avaliou os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação na região sudeste do Brasil, referentes a todos os casos notificados e investigados de sífilis congênita de 2016 a 2021. As variáveis observadas incluíram cuidado pré-natal, tratamento dos parceiros, casos confirmados por ano e estado, educação materna e momento do diagnóstico, sexo, idade, raça dos indivíduos afetados e progressão da doença. RESULTADOS: Entre 2016 e 2021, foram registrados 57.012 casos de sífilis congênita na região sudeste do Brasil. A maioria das mulheres grávidas com bebês afetados por sífilis congênita tinha educação até o ensino médio e recebeu cuidado pré-natal. No entanto, mais da metade dos parceiros não foram tratados adequadamente. CONCLUSÃO: O estudo identificou sérios problemas de saúde pública relacionados à sífilis congênita na região sudeste do Brasil devido à ineficiência das medidas de prevenção e controle. Para enfrentar essa situação, é essencial implementar estratégias como detecção precoce da gravidez, triagem pré-natal, ampla disponibilidade de testes rápidos e capacitação dos profissionais de saúde.
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