TENDÊNCIA TEMPORAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DE 2012 A 2022: UM ESTUDO ECOLÓGICO-DESCRITIVO

Autores

  • Gabriela Lyons Faculdade Souza Marques
  • Lyzeli Lidiane da Silva Universidade Nove de Julho
  • Pedro Lavalle Carneiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Juliana Braga Rodrigues de Castro Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.53843/bms.v10i14.883

Palavras-chave:

Sífilis Congênita, Saúde Pública, Perfil Epidemiológico

Resumo

Introdução: A sífilis congênita (SC) resulta da transmissão vertical do Treponema pallidum. O estudo objetivou analisar a incidência e os fatores socioambientais associados à SC no Rio de Janeiro entre 2012 e 2022, devido ao estado ter se posicionado em primeiro e acima da média nacional de gestantes infectadas no ano de 2022. Métodos: Estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio de dados do SINAN, disponibilizados na plataforma DATASUS. Os dados foram apresentados na forma de taxas de incidência, por números absolutos e porcentagens. Resultados: O total de casos de SC no Rio de Janeiro no período analisado foi de 42.064. A maioria dos diagnósticos foram feitos até a criança completar 6 dias de idade (87,98%). A faixa etária da mãe com maior número de casos de SC foi de 20 a 24 anos (35,5%). A escolaridade materna com maior quantidade de casos de SC é Ensino Fundamental incompleto (20,2%). A maioria dos indivíduos com SC se autodetermina pardo (47%). 79,3% das mães realizaram pré-natal. 10% dos parceiros sexuais fizeram tratamento para sífilis após o diagnóstico da parceira. 92% das crianças com SC estão vivas após o diagnóstico. A microrregião correspondente à capital do Rio de Janeiro teve o maior número de notificações de SC (36.325). Discussão: O aumento das notificações de SC aponta para um maior rastreio da doença durante a gestação, atrelada à uma melhora nos programas assistenciais pré-natais. Foi identificada uma maior incidência de SC em populações carentes e com baixa escolaridade, o que exige uma melhora nos programas assistenciais pré-natais, já que a SC é uma doença de fácil diagnóstico e tratamento acessível. Conclusão: O estudo mostra o crescimento na incidência de SC na população do Rio de Janeiro, alertando para a necessidade de implementação de políticas públicas para as populações mais vulneráveis.

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Referências

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Publicado

27.01.2025

Como Citar

1.
Lyons G, Lidiane da Silva L, Lavalle Carneiro P, Braga Rodrigues de Castro J. TENDÊNCIA TEMPORAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DE 2012 A 2022: UM ESTUDO ECOLÓGICO-DESCRITIVO. BMS [Internet]. 27º de janeiro de 2025 [citado 25º de março de 2025];10(14). Disponível em: https://bms.ifmsabrazil.org/index.php/bms/article/view/883