Meningite no período pré e durante pandemia da Covid-19 no Brasil e em Minas Gerais: situação epidemiológica e repercussões na saúde pública
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v8i12.454Palavras-chave:
Covid-19, Meningite, PandemiaResumo
Introdução: A meningite, uma infecção das meninges de etiologia bacteriana ou viral, é uma patologia de significância epidemiológica. Para avaliar seu comportamento, são avaliadas notificações compulsórias registradas, com objetivo de compreender as variáveis causais. Em períodos como a pandemia da Covid-19, no entanto, essa avaliação obtém um novo significado que carece de investigação. Objetivo: Avaliar a situação epidemiológica da meningite nos períodos pré e pós pandemia da Covid-19. Metodologia:Consiste em um estudo ecológico com coleta de dados no TABNET/DATASUS. Fora considerados dados entre 2017-2021, em Minas Gerais e no Brasil, que foram interpretados por estatística simples. Resultados: Foram avaliadas diferenças e semelhanças epidemiológicas da meningite em Minas Gerais e no Brasil. As diferenças foram principalmente a etiologia, sexo predominantemente acometido e padrão de desfechos. Já as diferenças foram faixa etária de maior prevalência e relação altas/óbito. Discussão: A queda de casos, bem como a mudança da faixa etária de acometimento estão diretamente associadas à situação vacinal. Com a instituição da vacina contra a Meningo C em 2018, e a ACWY em 2020, pelo Ministério da Saúde, observou-se quedas correspondentes e gradativas das notificações. A diferença de faixas etárias acometidas é, ainda, justificada pela cobertura de diferentes idades relacionada a cada vacina. Quanto à situação da pandemia da Covid-19, aponta-se que as medidas de distanciamento social, utilização de máscaras e higienização constante das mãos tenham significado medidas que também impactaram na amenização da situação epidemiológica da meningite em Minas Gerais e no Brasil. Conclusão: Reforça-se a efetividade das medidas protetivas contra a meningite, como a vacinação, e as medidas contra a covid-19 que serviram como um fator protetivo para desenvolvimento da meningite, como a higienização das mãos e a o uso de máscaras. Esses são parâmetros que devem ser utilizados para futuras tentativas de amenizar a situação epidemiológica futura.
Métricas
Referências
Motta, F. Doença menigocócica: quadro clíinco, diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria. Porto Alegre, 2015.
Minas Gerais, Secretaria de Estado da Saúde. Protocolo Estadual de Vigilância Epidemiológica de Meningites - 2015. Protocolo Estadual de meningites, Minas gerais, 2015, páginas 6-8. Ministério da saúde. Meningite: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Descrição da doença. [cited 2022 Out 01].
Teixeira, A. B., Cavalcante, J. C. V., Moreno, I. C., Soares, I. A., & Holanda, F. O. A. (2018). Meningite bacteriana: uma atualização. RBAC, 50(4), 327-9. DOI: https://doi.org/10.21877/2448-3877.201800725
Escosteguy, C. C., Medronho, R. D. A., Madruga, R., Dias, H. G., Braga, R. C., & Azevedo, O. P. (2004). Vigilância epidemiológica e avaliação da assistência às meningites. Revista de saúde Pública, 38, 657-663. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000500007
NASCIMENTO, Karynne Alves do; MIRANZI, Sybelle de Souza Castro; SCATENA, Lúcia Marina. Epidemiological profile of meningococcal disease in the State of Minas Gerais and in the Central, North, and Triângulo Mineiro regions, Brazil, during 2000-2009. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 45, p. 334-339, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0037-86822012000300011
da Farmacopeia, C. (2019). Vacina meningocócica ACWY (polissacarídica) PB053-00.
Ministério da Saúde. Avaliação das coberturas vacinais. Calendário Nacional de Vacinação. [cited 2022 Out 03].
Dias, F. C. F., Junior, C. A. R., Cardoso, C. R. L., dos Santos Veloso, F. P. F., da Silva Rosa, R. T. A., & Figueiredo, B. N. S. (2017). Meningite: aspectos epidemiológicos da doença na região norte do Brasil. Revista de Patologia do Tocantins, 4(2), 46-49. DOI: https://doi.org/10.20873/uft.2446-6492.2017v4n2p46
Emmerick, I. C. M., Campos, M. R., Schramm, J. M. D. A., Silva, R. S. D., & Costa, M. D. F. D. S. (2014). Estimativas corrigidas de casos de meningite, Brasil 2008-2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23, 215-226. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742014000200003
Sáfadi, M. A. P., & Barros, A. P. (2006). Vacinas meningocócicas conjugadas: eficácia e novas combinações. Jornal de Pediatria, 82, s35-s44. DOI: https://doi.org/10.2223/JPED.1495
Organização Mundial de Saúde declara pandemia do novo Coronavírus. (n.d.). Retrieved from www.unasus.gov.br website: https://www.unasus.gov.br/noticia/organizacao-mundial-de-saude-declara-pandemia-de-coronavirus
Brueggemann, A. B., van Rensburg, M. J. J., Shaw, D., McCarthy, N. D., Jolley, K. A., Maiden, M. C., ... & Zhou, F. (2021). Changes in the incidence of invasive disease due to Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, and Neisseria meningitidis during the COVID-19 pandemic in 26 countries and territories in the Invasive Respiratory Infection Surveillance Initiative: a prospective analysis of surveillance data. The Lancet Digital Health, 3(6), e360-e370. DOI: https://doi.org/10.1016/S2589-7500(21)00077-7
Deghmane, A. E., & Taha, M. K. (2022). Changes in Invasive Neisseria meningitidis and Haemophilus influenzae Infections in France during the COVID-19 Pandemic. Microorganisms, 10(5), 907. DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms10050907
Morello, B. R., Milazzo, A., Marshall, H. S., & Giles, L. C. (2021). Lessons for and from the COVID-19 pandemic response—An appraisal of guidance for the public health management of Invasive Meningococcal Disease. Journal of Infection and Public Health, 14(8), 1069-1074. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jiph.2021.06.014
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Daiane de Oliveira Andrade, Giulia Neiva Giati, Pedro Octávio Silva Pereira, Isabela Simões Mendes, Natália Bontempo Mendes , Brenda Lorenna de Jesus Araújo , Ronei Rodrigues de Andrade , Brenda Rayra Barbosa Soares
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
As licenças de usuário definem como os leitores e o público em geral podem usar o artigo sem precisar de outras permissões. As licenças públicas do Creative Commons fornecem um conjunto padrão de termos e condições que os criadores e outros detentores de direitos podem usar para compartilhar obras originais de autoria e outros materiais sujeitos a copyright e alguns outros direitos especificados na licença pública disponível em https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR. Ao usar a 4.0 International Public License, a Brazilian Medical Students (BMS) concede ao público permissão para usar o material publicado sob os termos e condições especificados acordados pela revista. Ao exercer os direitos licenciados, os autores aceitam e concordam em obedecer aos termos e condições da Licença Pública Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.