Fatores que influenciam a ocorrência de internação por pancreatite aguda em jovens brasileiros, de 2018 a 2023

Resumen

Introdução: Os estudos epidemiológicos sobre inflamação pancreática repentina são comumente baseados em pesquisas internacionais ou com faixas etárias elevadas. O objetivo deste trabalho é entender quais fatores determinam a ocorrência de internação de jovens brasileiros por pancreatite aguda. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, observacional, retrospectivo, quantitativo, analítico e descritivo. Os dados de indivíduos de 15 a 29 anos foram coletados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Analisou-se o número absoluto de internações e as incidências médias. Resultados: No Brasil houveram 27.731 internações de jovens, com uma tendência sutil de crescimento de 2018 a 2023. O Sudeste e Nordeste apresentaram valores superiores e o estado de São Paulo a maior frequência de registros. As regiões com a maior incidência média foram o Sul, Sudeste e Centro-Oeste e as menores incidências anuais ocorreram em 2018, no Nordeste e Norte. O sexo feminino foi predominante em internações e incidência. A maioria eram pardos, e somente em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a população branca foi a mais acometida. Discussão: As internações por região podem ser explicadas pelas divergências quanto à quantidade de habitantes e as incidências podem estar atreladas ao padrão regional de consumo de bebidas alcoólicas. A maior ocorrência em mulheres pode acontecer devido à litíase biliar e ao aumento do consumo alcoólico nos últimos anos. Esse consumo apresenta tendência crescente em ambos gêneros, porém efeitos deletérios são superiores no feminino. Os dados quanto à raça condizem com o a população do país, já que pardos são maioria no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, superada pela população branca somente nas regiões restantes. Conclusão: Jovens foram amplamente acometidos pela condição em todas as regiões brasileiras. Os resultados deste trabalho podem contribuir para a criação de políticas que visem mudar a atual situação epidemiológica.