Alterações ósseas no desenvolvimento da acondroplastia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.53843/bms.v5i8.56

Palabras clave:

Acondroplasia, Diagnóstico por imagem, Radiografia, Doenças do desenvolvimento ósseo, Nanismo

Resumen

Introdução: A acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo, é uma displasia óssea que afeta 1 para cada 15000 a 40000 nascidos vivos, caracterizada por uma mutação no gene do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR3). Esse trabalho tem como objetivo evidenciar as alterações ósseas presentes na acondroplasia e os possíveis achados radiológicos. Métodos: Revisão narrativa de literatura realizada de abril a junho de 2019, selecionando 41 artigos das bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Pubmed. Também foram consultados 5 livros. Resultados: Inúmeras alterações ósseas foram encontradas nos indivíduos acondroplásicos. Foram observados no crânio: diminuição do diâmetro do forame magno, desproporção entre viscerocrânio e neurocrânio, dentição apinhada, prognatismo mandibular, ponte nasal deprimida, osso frontal proeminente e hipoplasia central da face. Na coluna, os pedículos vertebrais são mais curtos, ocorre estenose do canal vertebral, cifose lombar, hiperlordose e escoliose. A pelve apresenta espinhas isquiáticas pequenas e deprimidas, extremidades do ílio arredondadas, fossa ilíaca em formato quadrado e teto acetabular horizontal. O sacro é estreito e horizontalizado. Nos membros, destaca-se o encurtamento rizomélico e as proeminências dos acidentes ósseos. Ocorre supercrescimento fibular, com angulação anterior tibial, incapacidade de eversão do pé e Genu Varum. No membro superior, a cabeça radial é achatada, limitando a movimentação do cotovelo. As mãos são em tridente, com falanges proximais curtas e deformidades metacarpais. A caixa torácica é pequena, porém ampla, com costelas curtas, de extremidades anteriores alargadas. Discussão: As modificações mencionadas corroboram os achados clínicos e radiológicos no diagnóstico por meio de ultrassonografias a partir da vigésima semana gestacional e por radiografias após o nascimento. Conclusão: Das alterações descritas, destacam-se as do crânio, coluna vertebral, pelve, membros e tórax. Ainda há a necessidade de estudos mais completos sobre o tema.

Métricas

Cargando métricas ...

Citas

Castro A, Gutiérrez A, Rodríguez LF, Pineda T, Velasco H, Arteaga C, et al. Análisis Mutacional De La Acondroplasia En 20 Pacientes Colombianos. Rev la Fac Med. 2010 Jul-Set; 58(3):185–90.

Couto CM. Acondroplasia: Características esqueléticas e cefalométricas da face [Tese de Mestrado]. Viseu: Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Católica Portuguesa; 2017; 92 p.

Moore KL, Persaud TVN, Torchia MG. Embriologia básica. Rio de Janeiro: Elsevier; 2016. 384 p.

Orioli IM, Castilla EE, Barbosa-Neto JG. The birth prevalence rates for the skeletal dysplasias. J Med Genet. 1986 Ago;23(4):328–32.

Calandrelli R, Panfili M, D’Apolito G, Zampino G, Pedicelli A, Pilato F, et al. Quantitative approach to the posterior cranial fossa and craniocervical junction in asymptomatic children with achondroplasia. Neuroradiology. 2017 Out; 59(10):1031–41.

Baujat G, Legeai-Mallet L, Finidori G, Cormier-Daire V, Le Merrer M. Achondroplasia. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2008 Mar; 22(1):3–18.

Júnior ALC. Alterações no esqueleto axial e alterações neurológicas na Acondroplasia [Tese de Mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina; 2014. 110 p.

Kliegman RM, Stanton BF, Geme JS, Schor N, Behrman RE. Nelson Tratado de Pediatria. São Paulo: Elsevier; 2013. 2872 p.

Fagen KE, Blask AR, Rubio EI, Bulas DI. Achondroplasia in the premature infant: An elusive diagnosis in the neonatal intensive care unit. AJP Rep. 2017 Jan;7(1):e8–12.

Spranger JW, Brill PW, Poznanski A. Bone Dysplasias: An Atlas of Genetic Disorders of Skeletal Development. Nova York: Oxford University Press; 2003. 632 p.

Albino FP, Wood BC, Oluigbo CO, Lee AC, Oh AK, Rogers GF. Achondroplasia and multiple-suture craniosynostosis. J Craniofac Surg. 2015 Jan; 26(1):222–5.

Cardoso R, Ajzen S, Andriolo AR, Oliveira JX, Andriolo A. Analysis of the cephalometric pattern of Brazilian achondroplastic adult subjects. Dental Press J Orthod. 2012 Dez; 17(6):118–29.

Moore KL, Dalley AF, Agur RMA. Anatomia Orientada para a Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. 1136 p.

Pauli RM. Achondroplasia: A comprehensive clinical review. Orphanet J Rare Diseases. 2019 Jan; 14(1):1–49.

McDonald RE. Dentistry for the Child and Adolescent. St. Louis: Mosby; 1974. 561 p.

Cardoso R, Ajzen S, Maria L, Ramos S, Costa C, Oliveira JX. Características cranianas , faciais e dentárias em indivíduos acondroplásicos. Rev Inst Ciênc Saúde. 2009 Abr-Jun; 27(2):171–5.

Björk A. Cranial base development: A follow-up x-ray study of the individual variation in growth occurring between the ages of 12 and 20 years and its relation to brain case and face development. Am J Orthod. 1955 Mar; 41(3):198–225.

Gordon N. The neurological complications of achondroplasia. Brain Dev. 2000 Jan; 22(1):3–7.

Richette P, Bardin T, Stheneur C. Achondroplasia: From genotype to phenotype. Jt Bone Spine. 2008 Mar; 75(2):125–30.

Sargar KM, Singh AK, Kao SC. Imaging of skeletal disorders caused by fibroblast growth factor receptor gene mutations. Radiographics. 2017 Out; 37(6):1813–30.

Chiba S, Abe S, Ohmori I. Oral manifestations of achondroplasia: a case report. Tsurum Shigaku. 1976 Jun; 2(1):35-43.

Silverman FN. Human Achondroplasia. 1a edição. New York: Plenum Press; c1988. Capítulo 5, Radiologic Features of Achondroplasia. p. 31-44.

Bailey JA. Orthopaedic aspects of achondroplasia. J Bone Joint Surg Am. 1970 Out; 52(7):1285–301.

Kopits SE. Human Achondroplasia. 1a edição. New York: Plenum Press; c1988. Capítulo 28, Orthopedic Aspects of Achondroplasia in Children. p. 189-97.

Canson BS, Groves M, Yassari R. Schmidek and Sweet Operative Neurosurgical Techniques, 6a edição. Philadelphia: Elsevier/Saunders; c2012. Capítulo 184, Neurologic Problems of Spine in Achondroplasia. p. 2091-9.

Thomas JN. Partial upper airway obstruction and sleep apnea. J Laryngol Otol. 1978 Jan; 92(1):41–6.

Elwood ET, Burstein FD, Graham L, Williams JK, Paschal M. Midface distraction to alleviate upper airway obstruction in achondroplastic dwarfs. Cleft Palate-Craniofacial J. 2003 Jan; 40(1):100–3.

Langer LO, Baumann PA, Gorlim RJ, Robert J. Achondroplasia. American J Roentgenology. 1967 Ago; 100(1):12-26.

Hunter AGW, Bankier A, Rogers JG, Sillence D, Scott CI. Medical complications of achondroplasia: A multicentre patient review. J Med Genet. 1998 Set; 35(9):705–12.

Borkhuu B, Nagaraju DK, Chan G, Holmes L, MacKenzie WG. Factors related to progression of thoracolumbar kyphosis in children with achondroplasia: A retrospective cohort study of forty-eight children treated in a comprehensive orthopaedic center. Spine (Phila Pa 1976). 2009 Jul; 34(16):1699–705.

Margalit A, McKean G, Lawing C, Galey S, Ain MC. Walking out of the Curve: Thoracolumbar Kyphosis in Achondroplasia. J Pediatr Orthop. 2018 Nov-Dez; 38(10):491–7.

Abousamra O, Shah SA, Heydemann JA, Kreitz TM, Rogers KJ, Ditro C, et al. Sagittal spinopelvic parameters in children with achondroplasia. Spine Deform. 2019 Jan;7(1):163–70.

Kopits SE. Human Achondroplasia. 1a edição. New York: Plenum Press; c1988. Capítulo 34, Thoracolumbar Kyphosis and Lumbosacral Hyperlordosis in Achondroplastic Children. p. 241-55.

Khan BI, Yost MT, Badkoobehi H, Ain MC. Prevalence of scoliosis and thoracolumbar kyphosis in patients with achondroplasia. Spine Deform. 2016 Mar;4(2):145–8.

Spranger JW. Human Achondroplasia. 1a edição. New York: Plenum Press; c1988. Capítulo 14, The skull in achondroplasia. p. 103-7.

Ponseti IV. Human Achondroplasia. 1a edição. New York: Plenum Press; c1988. Capítulo 15, Bone formation in achondroplasia. p. 109-22.

Horton WA, Hall JG, Hecht JT. Achondroplasia. Lancet. 2007 Jul; 370(9582):162–72.

Boulet S, Althuser M, Nugues F, Schaal JP, Jouk PS. Prenatal diagnosis of achondroplasia: new specific signs. Prenat Diagn. 2009 Jul;29(7):697–702.

Khalil A, Chaoui R, Lebek H, Esser T, Entezami M, Toms J, et al. Widening of the femoral diaphysis-metaphysis angle at 20-24 weeks: a marker for the detection of achondroplasia prior to the onset of skeletal shortening. Am J Obstet Gynecol. 2016 Fev;214(2):291–2

Ain MC, Shirley ED, Pirouzmanesh A, Skolasky RL, Leet AI. Genu varum in achondroplasia. J Pediatr Orthop. 2006 Mai-Jun;26(3):375–9.

McClure PK, Kilinc E, Birch JG. Growth Modulation in Achondroplasia. J Pediatr Orthop. 2017 Set; 37(6):e384–7.

Brooks JT, Bernholt DL, Tran KV, Ain MC. The tibial slope in patients with achondroplasia: Its characterization and possible role in genu recurvatum development. J Pediatr Orthop. 2016 Jun;36(4):349–54.

Biesecker LG, Aase JM, Clericuzio C, Gurrieri F, Temple IK, Toriello H. Elements of morphology: Standard terminology for the hands and feet. Am J Med Genet Part A. 2009 Jan; 149(1):93–127.

Ornitz DM, Legeai-Mallet L. Achondroplasia: Development, Pathogenesis, and Therapy. Developmental Dynamics. 2016 Abr; 246(4):291-309.

Waller DK, Correa A, Vo TM, Wang Y, Hobbs C, Langlois PH, et al. The Population-Based Prevalence of Achondroplasia and Thanatophoric Dysplasia in Selected Regions of the US. Am J Med Genet A. 2018 Jul;146(18):2385–9.

Cialzeta D. Acondroplasia: una mirada desde la clínica pediátrica. Rev Hosp Niños BAires. 2009 Mar; 51(231):16–22.

Publicado

2021-10-21

Cómo citar

1.
Mello Fontoura de Souza AC, Karas B, Calixto CM, Pinto GPC, Hessman JH, Macedo GDSD. Alterações ósseas no desenvolvimento da acondroplastia. BMS [Internet]. 21 de octubre de 2021 [citado 23 de noviembre de 2024];5(8). Disponible en: https://bms.ifmsabrazil.org/index.php/bms/article/view/56

Artículos más leídos del mismo autor/a