INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR ABORTO NO BRASIL ANTES E DEPOIS DA PANDEMIA DO COVID-19: 2018-2022
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v9i13.774Palabras clave:
Morbidade hospitalar, aborto, covid-19Resumen
Introdução: O aborto no Brasil se configura como um problema de Saúde Pública e para a Saúde Pública. Seus efeitos são sentidos tanto no indivíduo, com a dor e o custeio do tratamento, além do impacto familiar, quanto na sociedade, com os aumentos na mortalidade e o custeio do tratamento pelo Sistema Único de Saúde. Nesse contexto, a pandemia iniciada pelo SARS-Cov2 gerou dúvidas quanto à saúde das gestantes, sugerindo que a infecção pelo vírus aumenta o risco de aborto. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar as taxas de internações por aborto nas regiões do Brasil entre os anos de 2018 e 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, com delineamento ecológico do tipo espaço temporal, realizado com os dados disponíveis nas plataformas oficiais públicas de informações. Resultados: Entre os anos de 2018 e 2022 houve uma redução no número de internações por aborto no Brasil e nas regiões brasileiras, ao mesmo tempo em que a quantidade de internações por partos também reduziu. Seguindo esta tendência, a taxa de natalidade no território sofreu redução ao longo dos primeiros quatro anos analisados, com aumento inexpressivo no quinto ano. Conclusão: A morbidade hospitalar por abortamentos antes, durante e após a pandemia do Covid-19 manteve-se relativamente constante, com menor incidência no período pós-Covid, assim como a taxa de natalidade. Sendo assim, o SARS-Cov2 parece não ter impactado expressivamente a morbidade hospitalar por abortamentos no Brasil, mas sim ter gerado impactos significativos na natalidade do país.
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