LIPOENXERTIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS COMPLEXAS NO SUS: UMA SÉRIE DE CASOS
DOI:
https://doi.org/10.53843/eqnkyp19Palavras-chave:
Aloenxerto, Tecido Adiposo, FeridasResumo
INTRODUÇÃO: O tratamento de feridas complexas é um desafio na Cirurgia Plástica na busca de uma terapêutica que promova resultado estético-funcional satisfatório, redução das taxas atuais de morbimortalidade e redução dos gastos em assistência no Brasil. A lipoenxertia representa uma opção terapêutica promissora devido às suas propriedades regenerativas. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo do tipo série de casos, com análise de prontuários eletrônicos de 4 pacientes que realizaram lipoenxertia em feridas, no período de outubro de 2019 a outubro de 2023. RESULTADO: Todos os 4 pacientes apresentavam alguma comorbidade grave descompensada. Paciente 1, com úlcera de 10 cm com exposição óssea e tendinosa em tornozelo esquerdo. Foram realizadas duas lipoenxertias com curativo à vácuo, seguidas por um enxerto dermo-epidérmico na lesão. Paciente 2, com úlceras venosas na perna direita. Após lipoenxertia nas feridas, a paciente não quis manter o internamento. O curativo foi aberto em ambiente ambulatorial, sendo constatado leito rico em tecido de granulação. Foi orientado seguimento ambulatorial e realização de curativos simples. Paciente 3, com úlceras varicosas infectadas em membros inferiores com exposição tendínea. Apesar da lipoenxertia, a ferida evoluiu com fibrina extensa e odor fétido. Optou-se então por seguimento ambulatorial com curativos locais. Paciente 4, com ferida na face plantar do pé direito com exposição tendínea. Sete dias após desbridamento e uma angioplastia, foi realizada lipoenxertia na lesão. Entretanto, a paciente evoluiu com indicação de amputação pela Cirurgia Vascular. DISCUSSÃO: A aplicação de enxerto de gordura garantiu a formação de tecido de granulação no leito da ferida e o sucesso de outras técnicas de cobertura da lesão. Os resultados variados comprovam que o sucesso da do tratamento depende de inúmeros fatores não relacionados. Conclusão: A fácil aplicação, a disponibilidade e o baixo custo tornam a lipoenxertia viável nos Serviço de Cirurgia Plástica do SUS.
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