REVISÃO DE LITERATURA ACERCA DO TRANSPLANTE FECAL COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM CÂNCER GASTROINTESTINAL

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.53843/bms.v9i13.560

Palabras clave:

transplante, microbiota, fecal, gastrointestinal, câncer

Resumen

Introdução: O transplante fecal é um procedimento que restaura a microbiota intestinal em pacientes com baixa diversidade microbiana, como os que têm infecção recorrente por Clostridium difficile. Estudos mostram que mutações na microbiota intestinal estão associadas ao câncer colorretal, e o transplante fecal pode substituir a disbiose intestinal observada em pacientes com essa doença. O método tem eficácia clínica de cerca de 90% para tratar infecções por Clostridium difficile e pode ser vantajoso no tratamento de outras doenças intestinais inflamatórias e de constipação funcional intratável. Objetivo: Avaliar o benefício e eficácia do transplante fecal em pacientes com câncer gastrointestinal. Metodologia: Estudo de revisão narrativa baseado em pesquisas nas bases de dados Embase e Pubmed, que avalia o benefício e a eficácia do transplante fecal em pacientes com câncer gastrointestinal. Foram selecionados 14 artigos publicados nos últimos 12 anos, que foram lidos e analisados ​​criticamente. A estratégia de busca incluiu termos como: transplante; fecal; microbiota; gastrointestinal e câncer. Resultado: O transplante fecal é um tratamento eficaz para a cura de infecção recorrente por Clostridium difficile em pacientes com câncer, com uma taxa de sucesso de cerca de 90%. Estudos mostram resultados positivos na aplicação do procedimento em pacientes com câncer no trato gastrointestinal, embora faltem dados de segurança a longo prazo. Além disso, o transplante fecal pode ser utilizado no tratamento de outras condições médicas, como constipação funcional intratável, doenças inflamatórias do intestino e cânceres hematológicos, e pode impedir a proliferação de bactérias resistentes a antibióticos em alguns casos. Discussão: A microbiota intestinal tem um papel importante na prevenção de infecções e no equilíbrio do organismo. A alteração dessa microbiota pode levar ao câncer colorretal (CCR). Certas espécies bacterianas aumentam o risco de desenvolvimento do CCR, enquanto outras exercem um efeito protetor. O transplante fecal pode ajudar a restaurar a microbiota saudável e reduzir os efeitos negativos da disbiose associada ao CCR, como a ativação de vias inflamatórias e pró-carcinogênicas e a genotoxicidade induzida pela microbiota. Conclusão: A microbiota intestinal é parte da imunidade inata e age como uma barreira natural contra invasores e na homeostase do organismo. O transplante fecal é visto como uma terapia potencial para prevenir o desenvolvimento da carcinogênese ou como tratamento, mas ainda faltam estudos clínicos mais aprofundados sobre seu papel terapêutico e possíveis efeitos colaterais. Também é necessário avaliar o impacto das alterações na microbiota intestinal na sobrevivência do paciente e do enxerto.

Biografía del autor/a

  • Lara Souza Lemos , Universidade de Mogi das Cruzes

    Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (FMUMC), Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil.  

  • Giorgia Bergamasco Perini , Universidade de Mogi das Cruzes

    Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (FMUMC), Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil. 

  • Aline Gabriele Etur dos Santos, Universidade de Mogi das Cruzes

    Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (FMUMC), Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil. 

  • Michael Rubens Ling Saue Chan, Universidade de Mogi das Cruzes

    Pós-graduação Lato Sensu em Medicina de Urgência e Emergência pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein

Referencias

DeFilipp, Z., Hohmann E., Jenq, RR., Chen YB. Fecal Microbiota Transplantation: Restoring the Injured Microbiome after Allogeneic Hematopoietic Cell Transplantation. Biology of Blood and Marrow Transplantation. 2019 Jan; 25:1 (e17-e22).

Park, R., Umar, S., & Kasi, A. (2020). Imunoterapia em Câncer Colorretal: Potencial de Transplante Fecal e Ensaios Clínicos Aumentados de Microbiota. Relatórios atuais de câncer colorretal , 16 (4), 81–88.

Filip, M., Tzaneva, V., & Dumitrascu, D. L. (2018). Fecal transplantation: digestive and extradigestive clinical applications. Clujul medical (1957), 91(3), 259–265.

Chen, D., Wu, J., Jin, D., Wang, B. Cao, H. Fecal microbiota transplantation in cancer management: Current status and perspective. International Journal of Cancer. 2018 Nov; 145(8), 2021-2031.

Chong, P. P., & Koh, A. Y. (2020). The gut microbiota in transplant patients. Blood reviews, 39, 100614.

Fong, W., Li, Q., & Yu, J. (2020). Gut microbiota modulation: a novel strategy for prevention and treatment of colorectal cancer. Oncogene, 39(26), 4925–4943.

Eklöf, V., Löfgren-Burström, A., Zingmark, C., Edin, S., Larsson, P., Karling, P., Alexeyev, O., Rutegård, J., Wikberg, M. L., & Palmqvist, R. (2017). Cancer-associated fecal microbial markers in colorectal cancer detection. International journal of cancer, 141(12), 2528–2536.

Kaźmierczak-Siedlecka, K., Daca, A., Fic, M., van de Wetering, T., Folwarski, M., & Makarewicz, W. (2020). Therapeutic methods of gut microbiota modification in colorectal cancer management - fecal microbiota transplantation, prebiotics, probiotics, and synbiotics. Gut microbes, 11(6), 1518–1530.

Taur, T., et al. Reconstitution of the gut microbiota of antibiotic-treated patients by autologous fecal microbiota transplant. Science translational medicine, 2018, Sep 26, 10(460), eaap9489.

Kang, YB. Cai, Y. Faecal microbiota transplantation enhances efficacy of immune checkpoint inhibitors therapy against cancer. World J Gastroenterol. 2021, Aug, 28;27(32):5362-5375.

Thomas, A. M., Manghi, P., Asnicar, F., Pasolli, E., Armanini, F., Zolfo, M., Beghini, F., Manara, S., Karcher, N., Pozzi, C., Gandini, S., Serrano, D., Tarallo, S., Francavilla, A., Gallo, G., Trompetto, M., Ferrero, G., Mizutani, S., Shiroma, H., Shiba, S., … Segata, N. (2019). Metagenomic analysis of colorectal cancer datasets identifies cross-cohort microbial diagnostic signatures and a link with choline degradation. Nature medicine, 25(4), 667–678.

Sobhani, I., Bergsten, E., Couffin, S., Amiot, A., Nebbad, B., Barau, C., de'Angelis, N., Rabot, S., Canoui-Poitrine, F., Mestivier, D., Pédron, T., Khazaie, K., & Sansonetti, P. J. (2019). Colorectal cancer-associated microbiota contributes to oncogenic epigenetic signatures. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 116(48), 24285–24295.

Feng, Q., Liang, S., Jia, H., Stadlmayr, A., Tang, L., Lan, Z., Zhang, D., Xia, H., Xu, X., Jie, Z., Su, L., Li, X., Li, X., Li, J., Xiao, L., Huber-Schönauer, U., Niederseer, D., Xu, X., Al-Aama, J. Y., Yang, H., … Wang, J. (2015). Gut microbiome development along the colorectal adenoma-carcinoma sequence. Nature communications, 6, 6528.

Gough, E., Shaikh, H., & Manges, A. R. (2011). Systematic review of intestinal microbiota transplantation (fecal bacteriotherapy) for recurrent Clostridium difficile infection. Clinical infectious diseases : an official publication of the Infectious Diseases Society of America, 53(10), 994–1002.

Publicado

2025-05-07

Cómo citar

1.
REVISÃO DE LITERATURA ACERCA DO TRANSPLANTE FECAL COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM CÂNCER GASTROINTESTINAL. BMS [Internet]. 2025 May 7 [cited 2025 May 8];10(14). Available from: https://bms.ifmsabrazil.org/bms/article/view/560

Artículos similares

1-10 de 20

También puede Iniciar una búsqueda de similitud avanzada para este artículo.