Taxa de internação e de mortalidade por acidente vascular encefálico em população pediátrica: Um estudo ecológico
Hospitalization and mortality rates due to stroke in the pediatric population: An ecological study
DOI:
https://doi.org/10.53843/bms.v9i13.721Palavras-chave:
Acidente vascular cerebral, Adolescente, Criança, Epidemiologia, Sistema nervoso centralResumo
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença pouco explorada na faixa etária pediátrica. No entanto, apresenta uma incidência que aumenta com o avançar de idade e, dessa forma, se classifica como uma das 10 principais causas de morte em crianças, sendo predominante em menores de 1 ano. Assim, este estudo objetiva analisar as taxas de internação e de mortalidade por AVC na população pediátrica brasileira. Metodologia: Estudo transversal e descritivo baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS no período de 2013-2022. Foram incluídos número de hospitalizações e óbitos por AVC na população entre 0-19 anos, excluindo-se registros ignorados ou em branco. Variáveis utilizadas foram faixa etária, sexo, ano do óbito e regiões brasileiras. Resultados: Registram-se 8.947 hospitalizações e 650 óbitos por AVC em pacientes pediátricos neste período. As regiões Nordeste e Sul contabilizaram maiores taxas de hospitalização, com o Nordeste apresentando maiores taxas de mortalidade. A maioria das ocorrências ocorreram entre 15-19 anos e identificou-se maior número de internações masculinas por AVC. Os óbitos também foram mais frequentes no sexo masculino, exceto na região Centro-Oeste. Discussão: Observa-se crescimento nas internações por AVC entre jovens brasileiros, desafiando a tendência anterior de queda. Esse aumento pode estar ligado ao impacto da pandemia de COVID-19 no acesso aos cuidados de saúde. Comparativamente, estudos anteriores mostraram uma redução nas taxas de mortalidade por AVC no país, sugerindo melhorias no tratamento e prevenção. Conclusões: O estudo indica um aumento recente nas hospitalizações por AVC em população pediátrica. Ressalta-se a necessidade de estratégias para reduzir as disparidades regionais e melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde para essa população. Limitações do estudo incluem a subnotificação de casos e a dificuldade em estabelecer relações causais, apontando para a necessidade de mais pesquisas para entender as razões do aumento das taxas após 2019.
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Referências
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