Identificação das relações de causalidade entre Migrânea e distúrbios cerebrovasculares:

Uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53843/bms.v8i11.322

Palavras-chave:

Migrânea, Distúrbios cerebrovasculares, Neurologia Clínica, Enxaqueca

Resumo

Introdução: A enxaqueca é prevalente em 18% da população, sendo mais frequente em mulheres. Os portadores da migrânea desenvolvem sintomas crônicos e incapacitantes, que reduzem a produtividade no trabalho e prejudicam o convívio social. Apesar da importância clínica e epidemiológica, há poucos estudos sobre a relação entre migrânea e sua influência em distúrbios cerebrovasculares, sendo uma situação de difícil entendimento e tratamento para os profissionais que trabalham na área. O objetivo dessa revisão será entender a associação entre a enxaqueca e os distúrbios cerebrovasculares. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, usando artigos das bases de dados PubMed, BVS, Scielo, Cochrane e Scopus. Foram incluídos estudos realizados com humanos e animais nos últimos 10 anos, nos idiomas Português, Inglês e Espanhol. Os parâmetros de exclusão foram: artigos duplicados, fuga ao tema, revisões e trabalhos não disponíveis. O coeficiente de Kappa não foi calculado. Resultados: Apesar da discordância sobre a fisiopatologia vascular da enxaqueca, os estudos convergem acerca da prevalência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Ataque Isquêmico Transitório (AIT) e Amnésia Global Transitória (AGT) nos pacientes com migrânea, em especial naqueles com aura. Topiramato e os bloqueadores de cálcio apresentaram menores riscos.  Discussão: Prevalência na população enxaquecosa de AVC Isquêmico e Hemorrágico, AGL e AIT, com possível relação entre esses achados e a presença do Forame Oval Patente (PFO), aura e idade do paciente. Deve-se haver cuidados no tratamento medicamentoso, evitando a piora dos sintomas. Conclusão: Encontrou-se associação entre migrânea e distúrbios cerebrovasculares, especialmente nos casos com aura e em correlações fisiopatológicas relacionadas ao PFO, às embolias paradoxais e às disfunções de coagulação.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Vitória Romualdo de França, Universidade Federal de Campina Grande

Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Tobias Barros Madruga, Universidade Federal de Campina Grande

Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Vanessa de Oliveira e Silva, Universidade Federal de Campina Grande

Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Luciana Karla Viana Barroso, Universidade Federal de Campina Grande

Professora Adjunta do curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) na Matéria de Anatomia Humana.

Referências

Trabattoni D, Fabbiocchi F, Montorsi P, Galli S, Teruzzi G, Grancini L, et al. Sustained long-term benefit of patent foramen ovale closure on migraine. Catheter Cardiovasc Interv. 2011;77(4):570-4. DOI: https://doi.org/10.1002/ccd.22826

Greenberg DA, Aminoff MJ, Simon RP. Headache and facial pain. Clinical Neurology, 8th ed. New York: The Mcgraw-hill Global Education Holdings; 2012. p. 151-2.

Greenberg DA, Aminoff MJ, Simon RP. Headache and facial pain. Clinical Neurology, 8th ed. New York: The Mcgraw-hill Global Education Holdings; 2012. p. 153-5.

DODICK: Dodick, D. W., Loder, E. W., Manack Adams, A., Buse, D. C., Fanning, K. M., Reed, M. L., & Lipton, R. B. (2016). Assessing barriers to chronic migraine consultation, diagnosis, and treatment: results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) study. Headache: The Journal of Head and Face Pain, 56(5), 821-34. DOI: https://doi.org/10.1111/head.12774

Bigal ME, Fernandes LC, Bordini CA, Speciali JG. Custos hospitalares das cefaléias agudas em uma unidade de emergência pública brasileira. Arquivos de Neuro-Psiquiatria. 2000; 58: 664-70. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2000000400011

Siberstein SD, Lipton RB, Solomon S, Mathew NT. Classification of daily and near-daily headaches: proposed revisions to the IHS criteria. Headache. 1994; 34(1):1-7. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1526-4610.1994.hed3401001.x

Agostoni, E. C., & Longoni, M. (2018). Migraine and cerebrovascular disease: still a dangerous connection?. Neurological Sciences, 39(1), 33-7. DOI: https://doi.org/10.1007/s10072-018-3429-8

Muñoz-Collazos, M. (2020). Enfermedad cerebrovascular. Acta neurológica Colombia.[en internet].

Yamamoto, F. I. (2009). Doenças cerebrovasculares. Clinica Média. São Paulo, 407-30.

Mendes KDS, Silveira RCdCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem. 2008; 17:758-64. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018

Tobis J. Patent foramen ovale and migraine headaches: the saga continues. Catheter Cardiovasc Interv. 2011;77(4):575-6. DOI: https://doi.org/10.1002/ccd.22990

Domitrz I, Styczynski G, Wilczko J, Gadomska L, Parzuchowska B, Domitrz W, et al. Internal jugular vein valve insufficiency is not increased in migraine: an ultrasound study in migraine patients and control participants. The journal of headache and pain. 2013; 14:78. DOI: https://doi.org/10.1186/1129-2377-14-78

Wallasch TM, Beckmann P, Kropp P. Cerebrovascular reactivity during the Valsalva maneuver in migraine, tension-type headache and medication overuse headache. Funct Neurol. 2011;26(4):223-7.

Gilad R, Boaz M, Dabby R, Finkelstein V, Rapoport A, Lampl Y. Migraine and vascular risk factors in the elderly. Geriatr Gerontol Int. 2014;14(1):220-5. DOI: https://doi.org/10.1111/ggi.12061

Mancia G, Rosei EA, Ambrosioni E, Avino F, Carolei A, Daccò M, et al. Hypertension and migraine comorbidity: prevalence and risk of cerebrovascular events: evidence from a large, multicenter, cross-sectional survey in Italy (MIRACLES study). J Hypertens. 2011;29(2):309-18. DOI: https://doi.org/10.1097/HJH.0b013e3283410404

Yi M, Sherzai AZ, Ani C, Shavlik D, Ghamsary M, Lazar E, et al. Strong Association Between Migraine and Transient Global Amnesia: A National Inpatient Sample Analysis. J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2019;31(1):43-8. DOI: https://doi.org/10.1176/appi.neuropsych.17120353

Hoffman V, Xue F, Ezzy SM, Yusuf A, Green E, Eisele O, et al. Risk of cardiovascular and cerebrovascular events and mortality in patients with migraine receiving prophylactic treatments: An observational cohort study. Cephalalgia. 2019;39(12):1544-59. DOI: https://doi.org/10.1177/0333102419856630

Kumar, P., Kijima, Y., West, B. H., & Tobis, J. M. (2019). The connection between patent foramen ovale and migraine. Neuroimaging Clinics, 29(2), 261-70. DOI: https://doi.org/10.1016/j.nic.2019.01.006

Hildick-Smith, D., & Williams, T. M. (2017). Patent Foramen Ovale and Migraine Headache. Interventional cardiology clinics, 6(4), 539-45. DOI: https://doi.org/10.1016/j.iccl.2017.05.006

Diener HC, Kurth T, Holle D. Practical implications of the migraine cardio- and cerebrovascular association: unmet needs of patients. Cephalalgia. 2015;35(2):140-5. DOI: https://doi.org/10.1177/0333102414554662

Adelborg K, Szépligeti SK, Holland-Bill L, Ehrenstein V, Horváth-Puhó E, Henderson VW, et al. Migraine and risk of cardiovascular diseases: Danish population based matched cohort study. BMJ. 2018;360:k96. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.k96

Peroutka SJ. Migraine: a chronic sympathetic nervous system disorder. Headache. 2004;44(1):53-64. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1526-4610.2004.04011.x

Martínez-Sánchez P, Martínez-Martínez M, Fuentes B, Cuesta MV, Cuéllar-Gamboa L, Idrovo-Freire L, et al. Migraine and hypercoagulable states in ischemic stroke. Cephalalgia. 2011;31(16):1609-17. DOI: https://doi.org/10.1177/0333102411427599

Pietrobon D, Moskowitz MA. Pathophysiology of migraine. Annu Rev Physiol. 2013;75: 365-91. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-physiol-030212-183717

Etminan M, Takkouche B, Isorna FC, Samii A. Risk of ischaemic stroke in people with migraine: systematic review and meta-analysis of observational studies. Bmj. 2005;330(7482):63. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.38302.504063.8F

Mahmoud AN, MenAITs A, Elgendy AY, Qazi A, Barakat AF, Saad M, et al. Migraine and the risk of cardiovascular and cerebrovascular events: a meta-analysis of 16 cohort studies including 1 152 407 subjects. BMJ Open. 2018;8(3):e020498. DOI: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2017-020498

McKinley EC, Lay CL, Rosenson RS, Chen L, Chia V, Colantonio LD, et al. Risco de acidente vascular cerebral isquêmico e doença coronariana associada à enxaqueca e medicamentos para enxaqueca entre adultos mais velhos. Journal of Headache and Pain. 2021; 22 (1). DOI: https://doi.org/10.1186/s10194-021-01338-z

Feng Y, He X, Yang Y, Chao D, H. Lazarus L, Xia Y. Pesquisa atual sobre a função do receptor de opióides. Curr Drug Targets. 2012; 13 (2): 230–46. DOI: https://doi.org/10.2174/138945012799201612

Roberto G, Raschi E, Piccinni C, Conti V, Vignatelli L, D'Alessandro R, de Ponti F, Poluzzi E. Eventos cardiovasculares adversos associados a triptanos e ergotaminas para o tratamento da enxaqueca: revisão sistemática de estudos observacionais. Cephalalgia. 2015;35 (2): 118–31 DOI: https://doi.org/10.1177/0333102414550416

Champaloux SW, Tepper NK, Monsour M, Curtis KM, Whiteman MK, Marchbanks PA, et al. Use of combined hormonal contraceptives among women with migraines and risk of ischemic stroke. Am J Obstet Gynecol. 2017;216(5):489.e1-.e7. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajog.2016.12.019

Olesen J, Jorgensen MB. Leao's spreading depression in the hippocampus explains transient global amnesia: A hypothesis [press release]. United Kingdom: Blackwell Publishing1986.

Lauritzen M. Pathophysiology of the migraine aura. The spreading depression theory. Brain. 1994;117 ( Pt 1):199-210. DOI: https://doi.org/10.1093/brain/117.1.199

Stefane T, Napoleão AA, Sousa FAEF, Hortense P. Influência de tratamentos para enxaqueca na qualidade de vida: revisão integrativa de literatura. Revista Brasileira de Enfermagem. 2012;65:353-60. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-71672012000200023

Arquivos adicionais

Publicado

31.03.2023

Como Citar

1.
Romualdo de França AV, Barros Madruga T, de Oliveira e Silva V, Viana Barroso LK. Identificação das relações de causalidade entre Migrânea e distúrbios cerebrovasculares:: Uma revisão integrativa. BMS [Internet]. 31º de março de 2023 [citado 21º de maio de 2024];8(11). Disponível em: https://bms.ifmsabrazil.org/index.php/bms/article/view/322

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)