PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NA REGIÃO DO CARIRI CEARENSE ENTRE 2009 E 2018
Palavras-chave:
Região do Cariri, Tuberculose, Epidemiologia, Estudo de séries temporaisResumo
INTRODUÇÃO: A tuberculose ainda é um dos principais problemas de saúde pública. Apesar do expressivo número de estudos epidemiológicos dedicados à tuberculose, a literatura científica ainda apresenta lacunas significativas no que concerne à incidência da doença, sobretudo na região sul do estado. Desse modo, o presente estudo busca traçar o perfil epidemiológico da tuberculose na Região de Planejamento do Cariri Cearense. METODOLOGIA: Realizou-se uma análise dos registros de casos novos confirmados de tuberculose de 2009 a 2018 na Região de Planejamento do Cariri disponibilizados pelo Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde. Para avaliar tendências temporais, os dados foram modelados via regressão de Prais-Winsten. Em seguida, foi calculado o Annual Percent Change (APC) que estima, em porcentagem, o incremento ou decrescimento anual das taxas de incidência de TB nas cidades e por faixa etária. RESULTADOS: De 2009 a 2018, foram confirmados 2.223 casos de tuberculose na Região de Planejamento do Cariri. A doença afetou predominantemente homens, indivíduos com menor escolaridade e residentes em áreas urbanas. Identificou-se uma tendência de declínio da incidência nas cidades de Campos Sales (APC = -20,1%, p<0,05), Aurora (APC = -16,9%, , p<0,05), Lavras da Mangabeira (APC = -12,3%, p<0,05) e Jardim (APC = -10,5%, p<0,05) e faixas etárias, especialmente entre crianças e mulheres. DISCUSSÃO: Os resultados sugerem um padrão de incidência crescente com a idade e uma maior vulnerabilidade de grupos socioeconômicos desfavorecidos. O declínio da incidência em algumas faixas etárias pode estar relacionado ao sucesso de programas de vacinação e ao maior acesso aos serviços de saúde por parte das mulheres. CONCLUSÃO: Embora a tuberculose esteja relativamente controlada na região, é fundamental a continuidade de políticas públicas para reduzir ainda mais a incidência da doença, especialmente entre grupos vulneráveis.
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